ESTUPRO COLETIVO
O ESTUPRO É PIOR QUE UM LINCHAMENTO.
Autor: Francisco Sérgio da Silva Evangelista – Graduado
em Matemática - Pós Graduado em Políticas e Gestão em Segurança Pública - Pós
Graduado em Policiamento Comunitário e Subinspetor da Guarda Municipal de
Fortaleza há 33 anos de serviço.
Somos mesmo um país pacífico? Eu sei que
somos muito gentis com os de fora, isso não deixa dúvidas, no entanto, somos
uma sociedade extremamente violenta, anualmente convivemos com quase 60 mil
mortes violentas intencionais e com vários outros crimes com índices altíssimos
como, por exemplo, os estupros, com quase 48 mil casos registrado em 2014, fora
os não registrados, lembrando que o crime de estupro é o que apresenta a maior
subnotificação e a impunidade é a justificativa para tantos crimes de estupro não
serem registrados e por isso menos de 8% das vítimas de violência sexual faz o
boletim de ocorrência, não é à toa, que quase 90% das mulheres brasileira tem
medo de ser vítimas de violência sexual, que a cada 11 minutos uma delas é
estuprada no Brasil e que seus agressores são maridos, namorados e conhecidos,
os dados é da nona edição do Anuário Brasileiro
de Segurança Pública. Segundo a mesma pesquisa, o Estado do Ceará, em 2013
foram 1.675 registros de "estupros" , estão incluindo os
"estupro vulnerável", e em 2014. foram 1.621 estupros. Em Fortaleza,
foram registrados 621 vítimas de estupros em 2013 e 517 em 2014, incluindo os
estupros consumados e os estupros vulneráveis consumados. Os dados do Fórum
coincidem com os dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS) do Estado do Ceará que revelou em 2015, tivemos um caso de
estupro a cada seis horas, cerca de quatro pessoa são vítima de estupro por
dia. Conforme a Secretaria, foram registrados 1.580 casos de pessoas vítimas de
violência sexual, quase 90% deste total era do sexo feminino e que quase 80%
era crianças e adolescentes e a maioria das vítimas com faixa etária de zero a
onze anos. Em Fortaleza, em 2015, segundo a Secretaria, foram 483 registros de
vítimas de violência sexual. Já em 2016, em todo o Estado do Ceará já
contabilizou até o mês de abril 495 denúncias de estupros e em Fortaleza já
foram registrados 147 casos de estupros no mesmo período. Dentre as diversas
formas de violência contra a mulher, o "estupro" , tanto o individual
como o coletivo, é uma das formas mais graves, recorrentes e geradora de
efeitos negativos para os desenvolvimentos cognitivo, emocional e
comportamental das vítimas. No Brasil, o estupro coletivo é praticado
cotidianamente nas grandes cidades e o machismo é considerado a principal
causa. No Rio de Janeiro, 13 mulheres em média foi estuprada por dia, entre
janeiro/abril de 2016. "Não dói o
útero e sim na alma", diz menina de 16 anos estuprada por 33 homens no dia
21/05/2016 no bairro Jacarepaguá no Rio de Janeiro segundo vídeo compartilhado
nas redes sociais. Em 2015, quatro
adolescentes, uma de 15 anos, a outra de 16 anos e duas de 17 anos foram todas
espancadas e estupradas coletivamente, no Estado do Piauí, infelizmente, uma
delas de 17 anos veio a falecer. Conforme o Delegado da Polícia Civil;
"Foi um crime muito bárbaro e cruel. Eles cortaram os pulsos das meninas,
furaram mamilos e olhos e depois ainda as arremessaram de cima de um
morro". Segundo ele, as garotas ainda foram amarradas antes de sofrerem a
violência sexual. Infelizmente, em uma sociedade patriarcal e machista, somado a
impunidade e ausência de políticas públicas de prevenção voltadas à mulher,
principalmente, aos crimes de violência sexual, ficam difíceis enfrentarmos
tais horrores cruéis, repugnantes e bárbaros como o estupro individual e o
coletivo. A mobilização contra a violência sexual deve ser continua, com um
envolvimento pleno da família e um trabalho de apoio incondicional a vítima,
não adianta fazer campanhas em redes sociais por simplesmente participação
paliativas e nem protestos e manifestações pontuais de curto prazo. A
sobrevivência da vida humana depende da preservação da mulher. A “mulher não é
propriedade, é um SER humano”.
#inspetorsergio
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