FORTALEZA; A CAPITAL BRASILEIRA MAIS VIOLENTA EM 2014.
Autor:
Francisco Sérgio da Silva Evangelista – Graduado em Matemática e Pós
Graduado em Política e Gestão em Segurança Pública – Subinspetor da Guarda
Municipal de Fortaleza.
Infelizmente,
já esperávamos por esta realidade, nos últimos anos a nossa Capital apresentava-se
nas pesquisas nacionais e internacionais como uma das cidades brasileira mais
violenta e agora confirmada pela pesquisa ANUÁRIO BRASILEIRA DE SEGURANÇA
PÚBLICA na sua nona edição do Fórum Brasileiro de Segurança Pública como sendo
a capital mais violenta em 2014, mais de cinco mortes por dia, no total de 1.989
homicídios. É sem dúvida uma triste realidade e para o futuro não temos
perspectivas da redução deste fenômeno que deixa entrincheirados toda sociedade
Fortalezense. Talvez, possa até ter diminuído um pouco os índices em 2015, mais
a sensação de insegurança em todo o Estado e Capital será a mesma. E por que não
teremos perspectivas de redução da Violência? Pelas as consequências dramáticas
socioeconômicas, políticas e sociais que o Brasil enfrenta no momento, como por
exemplo, a diminuição da renda per capta,
a exemplo da década de oitenta. Dois acontecimentos para o aumento da
criminalidade e da violência foi à migração do crime organizado da região
Sudeste para o Nordeste, por causas das ótimas Políticas Públicas de Segurança¹ implantadas nos estados de
São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente, as novas metodologias de Políticas de Segurança Pública²,
como as Unidades de Polícia Pacificadora no Rio de Janeiro. Essa migração foi
observada, principalmente, no nosso estado com o aumento dos assaltos a bancos,
homicídios, tráfico de drogas e armas de fogo. Outro fato, que vale ser
observado foi o surgimento de novas Periferias, ao redor de Fortaleza, locais
amparados pelo crime e abandonados pelo poder público, sem saúde, educação e
vitimas da própria in (segurança).
A
impunidade, segundo o Secretário de Segurança do Estado do Ceará foi a causa do
aumento da criminalidade e da violência em Fortaleza. Se afirmarmos que só a impunidade
é a causa do aumento da criminalidade, estamos automaticamente transferindo a
responsabilidade para o nosso sistema de justiça criminal, no entanto, a responsabilidade
é do Estado, minha, sua, é de todos nós, pois, a violência e a criminalidade
são fenômenos complexos, e pode atingir qualquer um de nós, suas causas têm
origens socioeconômicas, demográficas, culturais e institucionais. Se formos enumerar as causas da violência urbana,
teremos que começar desde Brasil colônia, começando com a desigualdade social e
distribuição de renda daquela época, até hoje. O crescimento da população urbana
com baixa renda domiciliar per capta. O comércio ilegal das drogas Ilícitas, a
facilidade de acesso às armas de fogo e a cultura da violência com o uso destas
armas para resolver conflitos cotidianos depois de ter ingerido bebidas alcoólicas.
A Violência contra a mulher por conta do machismo e a sensação de impunidade,
são as principais causas. Outras como as altas taxas de encarceramento e um
sistema de presídios falido que não recupera os condenados, ao contrário, só
socializam para o crime. A violência e a
vitimização policial e a corrupção no sistema de segurança pública. A mídia sensacionalista,
o consumismo e a globalização contribuem para o aumento da violência urbana no
Brasil.
O
Brasil investe em segurança pública o mesmo ou até mais do que alguns países
desenvolvidos, no entanto, a ausência de bons gestores qualificados e
capacitados, e a pratica de nomeações de alguns sem formação na área, para
exercer cargos comissionados, por influência de políticos através do
apadrinhamento, que também é observado em outras áreas como na saúde, são as
principais mazelas para tanto desperdiço de recursos financeiros. A falta de
avaliações das poucas políticas públicas de segurança, ausências de ações
preventivas primárias por conta dos municípios, alias, os governos municipais
são ausentes de ações preventivas locais continua, a falta de ações ostensivas
permanentes por parte da polícia como as blitz e abordagens individuais para
apreensão de armas de fogo e drogas ilícitas, e uma política de segurança
pública não integrada, principalmente, a não integração com a comunidade local,
são resultados de uma péssima gestão em segurança pública.
Os
Encarregados de Aplicar a Lei (EAL) devem agir acima de tudo conforme a lei,
sua atuação tem que produzir efeitos, ter bons resultados, isto é, tem que ter
eficácia e eficiência. Para isso, nós precisamos ser valorizados, tendo uma boa
qualificação, capacitação, condições de trabalho e bons salários.
Políticas públicas de
segurança¹ é
expressão que engloba as diversas ações, governamentais e não governamentais,
que sofrem impacto ou causam impacto no problema da criminalidade e da
violência.
Políticas de
segurança pública² é
expressão referente às atividades tipicamente policiais, é a atuação policial
“strictu sensu”.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
BRASIL.
Fórum Brasileiro de Segurança Pública. ANUÁRIO BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA
2015. 9ª edição. Disponível em; http://www.forumseguranca.org.br/storage/download//anuario_2015.pdf
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