ANÁLISE CRIMINAL E PLANEJAMENTO OPERACIONAL
Autor: Francisco Sérgio da Silva Evangelista
Graduado e Pós Graduado respectivamente; em
Matemática e Especialista em Políticas e Gestão em Segurança Pública. Atualmente
cursando MBA em Engenharia e Inovação.
Na América Latina, o uso da análise criminal no campo da
Segurança Pública evolui lentamente, no Brasil, esta ciência é limitada a
simples traçado de gráficos, tabelas e mapas. A falta de profissionais
especializados na área, a ausência de um sistema único de segurança pública,
até abril/2003, a necessidade de uma padronização única de coleta de dados, a
ausência de agências de estatísticas especializadas em segurança pública e outros
fatores negativos contribui para essa lentidão. Todos esses pontos negativos
somados com a má distribuição dos recursos materiais e humanos, instituições
que ainda respiram o militarismo, no caso das guardas municipais e gestores com
antigo modelo de gerenciamento explicam a falta de planejamento estratégico e
operacional, execução e redirecionamento das ações policiais e ausência de
políticas públicas de segurança eficazes.
Historicamente, vive-se a “era da informação”, isto é,
uma revolução técnico-científica. Segundo Peter Druker, a revolução da
informação representa uma nítida transferência do poder de quem detém o capital
para quem detém do conhecimento. Logo, a informação é a matéria prima para uma
eficiente análise criminal através dos métodos estatísticos, os mesmos tratam
as informações para tentar conhecer as causas que determinam o fenômeno da
violência e da criminalidade, buscando identificar no final, quais influências
cabem a cada uma dessas causas. Portanto, análise criminal não deve estar
limitada à tabulação dos registros sobre violência e a criminalidade, esta
ciência nos mostra, por exemplo, o estudo dos padrões de vitimização, tendo
como foco principal a identificação do perfil do preso, da vitima, das
testemunhas, identificando fatores socioeconômicos, urbanos e populacionais
associando aos padrões da incidência criminal e as causas sociais dos fenômenos
da violência e da criminalidade. Atualmente, observa-se, que os gestores em
segurança pública, é claro que não podemos generalizar todos, estão voltados em
estratégias tradicionais, onde a focalização dos problemas da segurança pública
é inexistente, com estratégia envolvendo apenas o reforço da lei (perspectiva
jurídica), alguns deles ao tomar decisões se baseiam na rotina e na autoridade
e nenhuma preocupação em diminuir os recursos públicos, esse tipo de gestão só
faz maximizar a incidência criminal. O trabalho do analista criminal é sempre
visto como um trabalho de bastidor. É preciso repensar essa concepção, pois
eles têm uma importância fundamental na garantia do sucesso do trabalho dos
órgãos de segurança pública, pois têm influência direta sobre o processo de
tomada de decisão, quanto à forma de resolver o problema da segurança pública.
Verifica-se, que o modelo atual de segurança pública, com
enormes gastos públicos, a falta de prognóstico local detalhado, ausência de
planejamento, execução e avaliação das ações policias e das políticas pública
de segurança, nos força a repensar a forma de uma nova perspectiva de
policiamento que requer: Uma que pesquise detalhadamente cada um dos problemas
a serem abordados identificando suas causa; Leve em consideração um leque
bastante amplo de opções para intervir sobre essas causas; e escolher a opção a
ser utilizada com base em uma relação de custo e benefício, pautado no alcance
de resultados, isto é, fazer mais com menos recursos. O uso de análise criminal
fornece várias ferramentas para esta nova perspectiva de policiamento.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, Renato Sérgio de. Segredos e relações de
poderes na produção e no uso de informações
E estatísticas
criminais. ANAIS DA ANPOCS, 2004.
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AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA. O FUTURO DO PENSAMENTO NA ERA DA INFORMÁTICA.
SP Editora 34, 1993.
H Lastres, S
Albagli, INFORMAÇÃO E GLOBALIZAÇÃO NA ERA DO CONHECIMENTO. Campus, RJ,
1999.
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